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quinta-feira, novembro 02, 2017

5 PASSOS PARA LANÇAR SUA MARCA

Pense menos em abrir uma empresa e mais em lançar uma marca.


O relatório Sobrevivência das Empresas no Brasil publicado pelo SEBRAE em 2016 pontua vários aspectos do cenário econômico que, de 2008 a 2014, contribuíram para impulsionar o aumento na taxa de sobrevivência das empresas: 1) aumento do PIB, 2) sutil queda nas taxas de juros, 3) aumento real no rendimento dos trabalhadores, 4) queda nos índices de desemprego.

O relatório considerou as empresas com dois anos de vida e constatou que a maior variação na taxa ocorreu de 2009 para 2010, saltando de 55,6% para 76,2%. De acordo com Bedê, autor do relatório, “esta taxa foi a maior taxa de sobrevivência de empresas com até dois anos já calculada para as empresas nascidas em todo o período compreendido entre 2008 e 2012”.
Contudo, abrir as portas de uma empresa é muito mais que abrir um negócio. A partir do momento em que a empresa é lançada, ela se integrada à sociedade e passa a ter responsabilidades sociais e ambientais, independentemente do segmento em que atua. Sob esse ponto de vista, a empresa é uma instituição viva que gera percepções nos clientes e não clientes de modo a construir uma imagem.

Marca é exatamente isso: esta imagem da empresa que os clientes constroem em suas mentes. A marca é um elemento intrínseco ao negócio e o principal ativo da empresa, além de ser a locomotiva que orienta e movimenta toda a instituição. Por isso, a marca deve ser o cerne para a criação de todo o planejamento, do plano de negócio à estratégia da marca.

A grosso modo, busquei resumir em 5 passos macros o planejamento para se lançar uma marca com potencial de ter sucesso.


PASSO 1 - Definição da ideia central


O começo de tudo é a definição do foco da empresa, da entrega principal e de como ela será feita ao público-alvo. Trata-se da definição do core business – o que é essa entrega principal – dos seus principais diferenciais e do formato no qual o produto ou serviço será entregue ao seu público-alvo, o que determina em que segmento a empresa irá atuar.

Por exemplo: uma empresa produz conteúdo para o universo masculino e entrega-o ao seu público no formato de programas de TV veiculados em canal próprio. Neste exemplo, o segmento de atuação da empresa é canal de TV. Contudo, o core business é conteúdo para o universo masculino.

Determinar o core business adequado possibilita potencializar o negócio de modo a permitir uma estratégia de expansão ou atuação em vários segmentos. Seguindo o exemplo supracitado, além do canal de TV, a mesma empresa pode disseminar seu conteúdo lançando também uma revista e ainda estender-se para as plataformas web e mobile, com site, blog e apps destinados ao mesmo universo masculino.

Para estruturar as informações desse passo é possível lançar mão da ferramenta Canvas do SEBRAE disponível aqui. Esta ferramenta pode, inclusive, se tornar a base para o desenvolvimento do plano de negócio no passo seguinte. Há, inclusive, quem substitua o plano de negócio pelo Canvas para casos em que o investimento é menor. Contudo, se o investimento a ser feito for alto, sugiro seguir os passos elencados neste artigo.


PASSO 2 - Plano de negócio


Quanto mais dinheiro em jogo, maior o risco e tão maior deve ser o esforço em mitigar as chances de insucesso. Por isso, para quem preferir desenvolver o plano de negócio completo e deixar o Canvas para o primeiro passo, sugiro utilizar o modelo do SEBRAE disponível aqui. É um modelo bastante completo e didático e atende a qualquer porte de empresa.

O plano de negócio é o planejamento da parte racional e lógica da empresa e, além de servir de orientação na implementação e administração, servirá de base também para a criação da estratégia da marca (parte emocional) que será descrita no passo seguinte.

O plano de negócio consiste no levantamento de informações que ajudarão a definir o negócio em si: Dados de mercado, estrutura e recursos necessários, questões financeiras, estratégia de implementação do negócio e difusão da marca.

Não entrarei em detalhes sobre o plano de negócio, pois o SEBRAE já o faz com mestria no link disponibilizado acima.


PASSO 3 - Estratégia da marca


Baseado nos passos 1 e 2, é hora de pensar na parte emocional: a estratégia da marca. O pontapé inicial está no entendimento das necessidades e desejos do público-alvo e de como a marca poderá entrar em confluência com este para atender suas expectativas. Com base nisso se definem os arquétipos da marca e do público-alvo, que serão as bases para a construção da brand persona e da buyer persona, respectivamente. Lembrando que a marca vai se comunicar com diferentes stakeholders e terá um arquétipo e uma persona para cada grupo.

Depois de compreender cada uma das extremidades do relacionamento marca/cliente é preciso definir quais serão as associações que a marca vai agregar para que estas extremidades se atraiam. A função das associações é promover o intercâmbio emocional entre marca e público-alvo. Elas indicarão de que forma a marca poderá satisfazer as expectativas do seu púbico e ajudarão, inclusive, no posicionamento da marca na mente do consumidor.

Apesar do posicionamento acontecer na mente do consumidor, é a estratégia da marca que direciona esse posicionamento, composto de modo a determinar a definição, diferenciação e promessa da empresa, e utilizado também para direcionar a comunicação da marca. A partir do posicionamento é que são definidas visão, missão e demais itens da plataforma da marca.

Das personas e da plataforma nascem as identidades verbal e visual. Estes recursos formam as matrizes tangíveis e intangíveis que determinarão as características da comunicação da empresa e, consequentemente, sua imagem.


PASSO 4 - Comunicação


Quando compreendemos a marca como uma instituição viva, que tem personalidade, comportamento e responsabilidades sociais e ambientais, percebemos que ela se assemelha a uma pessoa. Por isso a estratégia de comunicação da marca deve cumprir os papeis de, ao mesmo tempo, refletir a brand persona e cativar a buyer persona, construindo a imagem da marca na mente do consumidor. Além disso, toda mensagem comunicada deve cumprir 4 funções básicas (AIDA): atenção, interesse, desejo e ação.

Essas também devem ser as referências para definir os canais de comunicação, o formato do conteúdo a ser difundido, a linguagem empregada, e a narrativa da história da marca.
É preciso lembrar mais uma vez que uma empresa possui mais de um público: os stakeholders. Por isso, é preciso criar uma linha discursiva para cada um desses grupos com base nos interesses de cada um, bem como, nas associações, nas personas, na plataforma e nas identidades verbal e visual.


PASSO 5 - Monitoramento


Nem tudo o que é pretendido sai conforme foi planejado. Por isso, é necessário acompanhar o modo como a imagem da marca está repercutindo para o público-alvo em todos os pontos de contato. Para fazer esse monitoramento, vários recursos podem ser utilizados.

Existem incontáveis tipos de testes, pesquisas, ferramentas e indicadores administrativos para avaliar o desempenho de produtos e de serviços, bem como, de empresas e de marcas. Para cada finalidade, uma configuração específica desses recursos será mais adequada.

Com base nos resultados desses recursos será possível executar ajustes no produto/serviço, nas identidades verbal e visual, nas associações, enfim, em todos os pontos da relação entre marca e público-alvo de um modo eficaz.


Sejam inovadores!

“Você não pode ser o líder ao seguir o líder” Marty Neumeier.

domingo, maio 11, 2014

MARKETING ORIENTADO AO BRANDING

NUNCA OUVIU FALAR? NEM EU. MAS QUERO LANÇAR AQUI MEU PONTO DE VISTA.

Muito se fala da relação entre branding e marketing, do quanto estas práticas se confundem, se complementam ou o quanto há de intersecção entre as teorias que as permeiam. É quase um dilema: ‘o branding está dentro do marketing ou o marketing está dentro do branding?’ Aí eu pergunto: será que realmente um está dentro do outro ou pertence ao outro, qualquer que seja a ordem?


Primeiramente, quero esclarecer que este texto não tem caráter de teoria, de ideia fechada ou impositiva. Pretendo apenas sugerir o uso de um termo coerente para um fenômeno que já vem acontecendo há tempos. Um termo que é pautado na ordem lógica dos processos. Ordem no sentido horizontal e não vertical.

E ai cabe outra pergunta: uma marca surge em decorrência de que? Bem, algumas surgem de uma ideia inovadora, outras de uma melhoria de um produto ou serviço que já existe. Algumas outras surgem de uma necessidade latente do mercado e outras tantas, de novas necessidades decorrentes do avanço tecnológico. Enfim, não há uma via única. Antes dos argumentos, considero importante que relembremos algumas definições pertinentes ao contexto.

CONCEITOS GERAIS

Marketing: estuda o universo do cliente e o universo do fabricante para que seja possível estabelecer uma ponte entre estes dois mundos distintos na qual se viabilize a troca de valores com satisfação para ambos. O marketing também engloba o mix de marketing (4 ‘Ps’). Precisamente no ‘P’ de Promoção temos o mix de comunicação (propaganda, promoção de vendas, relações publicas e assessoria de imprensa, eventos e experiências, força de vendas e marketing direto).

Além disso, o marketing trata de assuntos relacionados à orientação da empresa. Esta pode ser orientada à produção, ao produto, às vendas e ao próprio marketing. A maioria das empresas lança mão da orientação de marketing que, segundo Kotler e Armstrong (livro: Princípios de Marketing) é a que dá mais resultado a longo prazo: “Aqui em vez de uma filosofia de fazer-e-vender, voltada para o produto, passamos para uma filosofia de sentir-e-responder, centrada no cliente. Em vez de ‘caçar’, o marketing passa a ‘plantar’ ”. Mas será que são apenas estas as orientações para o marketing? Isso nunca vai mudar?

Branding: (traduzido como gestão de marca) atua na construção e gestão de marcas no sentido de torná-las relevantes, únicas, exclusivas e preferidas por meio de associações e experiências positivas.

Os consagrados autores Kotler e Keller (livro: Administração de Marketing: a bíblia no marketing) argumentam que o branding diz respeito a um processo no qual são criadas estruturas mentais que ajudam o consumidor na hora da tomada de decisão de compra, pois organizam seus conhecimentos sobre produtos e serviços de forma mais esclarecedora. Esta elucidação sobre os atributos e benefícios da marca agiliza a vida do consumidor e gera valor à empresa. Os autores definem o branding como uma ferramenta para criar diferenciais, e isto, em meio a um turbilhão de marcas semelhantes, é essencial para ganhar a atenção do consumidor, que busca mais que ter suas necessidades atendidas, busca satisfazer seus desejos e carências também.

O branding se relaciona diretamente com o posicionamento de marca. Teoria criada e defendida por Ries e Trout (livro: Posicionamento: a batalha por sua mente). Segundo estes autores, é como se cada consumidor tivesse uma porção de escadinhas dentro da cabeça. Cada escada representaria um segmento de mercado e cada degrau de cada uma destas escadas daria suporte a um produto ou o nome de uma marca. Uma estratégia de branding pretende justamente conduzir uma marca ao topo da escada na mente do consumidor.

AGORA SIM: MARKETING ORIENTADO AO BRANDING

Ao se considerar a abrangência do branding, como a atuação direta com o marketing e todos os departamentos da empresa, a presença em todos os pontos de contato da marca com o consumidor, e todos os outros estudos que são desenvolvidos hoje, pode-se dizer que o branding tem caráter de disciplina. E é a partir dos preceitos desta disciplina que podemos definir a essência de uma marca.

Algumas perguntas pelo viés do cliente como – O que é a marca X? Quem é a marca X? Que valor tem a marca X? Qual a relevância da marca X em detrimento das outras? Por que devo escolher a marca X? – podem ser respondidas com base no valor de marca construído pela estratégia do branding (CBBE).

Outras perguntas pelo viés da empresa como – Que valor queremos passar? Como queremos ser percebidos? Que promessa básica iremos ofertar? Por que existimos? Quem somos e o que queremos significar? Como iremos nos comunicar? – também podem ser respondidas através da formulação de uma estratégia de branding.

Com base neste espectro de questionamentos podemos entender que, antes mesmo de nos preocuparmos com o marketing de uma empresa, precisamos entender tudo sobre a marca propriamente dita e sua essência (entende-se aqui o acompanhamento no desenvolvimento da essência da marca desde o seu insight). Tudo o que se origina a partir da marca (centrifugamente falando) deve carregar essa essência. E tudo o que volta para a marca (centripetamente falando) deve refletir essa mesma essência. Se isso não estiver bem definido, a marca não se tornará relevante.

Assim sendo, o marketing entra em cena como ferramenta no processo de implementação das estratégias de branding no sentido de “como mexer no P de Produto para que a marca entregue mais pertinência e qualidade?; como alterar o P de Preço para que esta qualidade seja devidamente percebida?; como ajustar o P de Praça para que a distribuição da marca reflita maior conveniência e, por fim, como Promover ou comunicar essa nova configuração de valores?” Ou seja, o marketing é orientado pelo branding.

Sim, porque a entrega (Produto, Preço e Praça) deve estar sempre em equivalência com a promessa (Promoção/comunicação) para que os valores propostos pela marca (estratégia de branding) se realizem nos consumidores e para que estes assumam papel de defensores da marca (ou brand advocates).

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