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sábado, dezembro 16, 2017

POSICIONAMENTO DE MARCA EM 5 PASSOS

Por mais que o termo ‘posicionamento’ e seu significado já tenham sido debatidos e difundidos no mundo corporativo, muitos empreendedores ainda têm dúvidas sobre a importância dele na construção do principal ativo da empresa – a marca – e a melhor maneira de defini-lo, ajustá-lo e gerenciá-lo.

O Posicionamento é o principal pilar da estratégia da marca e consiste em determinar um ponto de localização que oriente a navegação do cliente-alvo pelo segmento e facilite que a marca seja selecionada. Ele privilegia a marca dentro do segmento de modo que ela seja corretamente percebida e valorizada pelo cliente, bem como, atrai o cliente cujas expectativas se alinham com a promessa da marca, influindo na preferência, na decisão de compra e na fidelidade à marca.

Keller e Machado argumentam que posicionamento implica identificar e determinar pontos de paridade e de diferença entre a marca e os concorrentes para criar a imagem de marca adequada. Kotler ressalta – em Marketing 4.0 – que o posicionamento deve estar apoiado por um conjunto autêntico de diferenciações.

Para orientar o processo de posicionamento, desenvolvi este método de 5 passos. Nele, informações específicas devem ser apuradas – conforme citado nos 4 primeiros passos – e aplicadas ao método de definição do posicionamento subsequente – passo 5.


PASSO 1 – Mapeamento do segmento e suas ofertas


A condição óbvia para se definir uma posição adequada num espectro, seja qual for, é conhecê-lo por inteiro, e definir o posicionamento de uma marca não é diferente. Neste caso, conhecer o espectro significa mapear o segmento, ou seja, identificar e qualificar os players, desvelando suas posições.

Para otimizar e facilitar esse processo de classificação dos players, em vez de usar o tradicional gráfico XY de qualidade e preço, desenvolvi uma ferramenta simples e a nomeei Radar de Segmento, que consiste na classificação dos players a partir de 5 elementos: diferenciação, relevância, inovação, valor percebido e engajamento.

O desempenho da marca no radar é avaliado a partir de 2 critérios: o nivelamento dos 5 elementos e sua distância do ponto zero. A classificação ou atribuição de nota (de 0 a 10) para os 5 elementos pode ser feita com base na opinião do cliente do segmento por meio de pesquisas on-line.

Na imagem é possível observar que a Empresa 02 é a que possui o melhor alinhamento entre os 5 elementos.























PASSO 2 – Análise do cliente do segmento


Antes de analisar o cliente da sua marca é necessário compreender o cliente do segmento e suas características demográficas, etnográficas, psicográficas e comportamentais. Ao identificar essas características torna-se possível compreender:

- Quais são suas reais necessidades e desejos para com o segmento?
- Quais são suas expectativas racionais e emocionais em relação ao segmento?
- De que forma e em que grau essas expectativas estão sendo atendidas?
- O que o motiva ou desmotiva a comprar o produto/serviço e a fidelizar?

Com base nas respostas a essas perguntas será possível identificar vários tipos de pessoas com os mais variados perfis. Esses perfis devem ser classificados e agrupadas de acordo com suas características. A seguir é preciso compreender qual ou quais grupos desse público podem ter interesse pela proposição de valor da sua marca, cruzando os perfis identificados com a sua oferta.


PASSO 3 – Compreensão do público-alvo da marca


O cliente da sua marca deve ser um recorte específico do cliente do segmento. É aquele grupo de clientes cujas necessidades, desejos e motivações podem ser atendidos pela oferta da sua marca. A cada grupo podemos atribuir uma persona.

As personas são criadas com base nos arquétipos de Jung. Elas favorecem significativamente a definição do posicionamento da marca. Criar uma persona para o cliente pode ajudar a compreender qual deve ser a persona da marca e, consequentemente, o melhor posicionamento. A sua marca não tem um arquétipo? Está na hora de definir um.

O cruzamento das respostas do questionário do passo anterior com as personas supracitadas ajudará a compreender de modo holográfico quem é ou será seu cliente.


PASSO 4 – Proposição de valor da sua marca


Os mesmos 5 elementos do Radar de Segmento também podem ser usados para avaliar a proposição de valor da sua marca:

- Diferenciação: a sua oferta é exclusiva, é a fonte da alavancagem competitiva?
- Relevância: sua oferta vai ao encontro das necessidades e desejos do consumidor?
- Inovação: sua oferta o mantém à frente da concorrência e antecipa tendências?
- Valor percebido: sua oferta gera uma experiência superior à da concorrência?
- Engajamento: sua oferta gera engajamento do cliente e defensores de marca?

A proposição de valor funciona como um conjunto de motivações ao consumo e apoia o posicionamento. Ao defini-la, é preciso considerar a oferta atual e as ofertas futuras da marca para que o posicionamento não se torne desatualizado rapidamente. Dessa forma o cliente-alvo fica receptivo a novos produtos e extensões de linha.


PASSO 5 – Definição do posicionamento da marca


Até aqui nós já definimos: 1) mapa do segmento, 2) cliente do segmento, 3) cliente da marca e 4) proposição de valor.
Agora já podemos definir o posicionamento, que costuma ser representado por um texto de, aproximadamente, 5 linhas e deve seguir uma estrutura com células informativas concatenadas.
Com base nos passos supracitados, o posicionamento deve comunicar:

- a definição do negócio, originada do segmento e ancorada por seu core business;
- a diferenciação do produto/serviço, que será a principal alavanca competitiva;
- a promessa da marca, tanto o viés racional quanto emocional;
- o recorte específico de público e suas expectativas superiores;
- o cenário no qual a oferta ocorre e de que forma ela o transforma.

Enquanto a definição insere a marca num segmento, a diferenciação isola-a dos concorrentes, ressaltando sua exclusividade. A promessa pode contemplar de que forma a marca e o cliente podem intervir juntos no contexto social, mostrando um valor superior, que está acima do atributo do produto e do benefício ao consumidor. Ao falar do público selecionado, o posicionamento pode ir além das suas expectativas pessoais e ampliar seu entendimento sobre sua importância no mundo.

A ordem dos itens pode variar. O mais importante é que o posicionamento seja genuíno, verdadeiro e alinhado com os anseios do cliente-alvo.


sábado, dezembro 06, 2014

NEM SÓ DE TRABALHO EM GRUPO VIVE A CRIATIVIDADE

Obs.: é primordial a leitura dos textos contidos nos links para a compreensão da linha de raciocínio aqui exposta.

Trabalho em equipe, dupla de criação, cocriação, equipe multidisciplinar e outros termos utilizados no dia a dia das agências e escritórios de branding e design thinking fortalecem cada vez mais a hegemonia dos trabalhos em grupos e a reprovação do pensamento individual. Saber trabalhar em grupo hoje é critério primordial para passar em uma seleção de emprego.

Mas será que o trabalho em grupo é tão inquestionavelmente superior? Será que um indivíduo não é capaz de desenvolver sua ideia a ponto de tornar sua individualidade relevante? E será que se deve mesmo colocar um indivíduo introspectivo para trabalhar em grupo e correr o risco de ‘decepar’ sua genialidade?

Antes de seguir, quero salientar que a ideia deste texto não é cair no comum e tentar induzi-los a uma ‘escolha’ da prática mais plausível (ou um ou outro). Isto os levaria fatalmente a uma padronização cega, à exclusão de possibilidades e de inovação. Penso que a monotonia do raciocínio humano é o maior erro e é a ela que devemos temer. Em vez de escolher uma opção em detrimento da outra, proponho a aceitação das duas configurações de comportamento e a compreensão de que cada uma delas tem suas vantagens e melhor indicação a cada situação.

Pesquisas referentes ao comportamento humano são tão vastas que é inacreditável ainda existirem imposições quanto ao trabalho em grupo. On-line é possível encontrar desde artigos que abordam discussões científicas sobre o funcionamento do cérebro (como o texto que fala sobre a nova classificação dos modos cognitivos, publicado no caderno de Ciência da Folha de São Paulo online), até textos com cunho mais filosófico, que foi o que mais me chamou a atenção nos últimos anos (uma publicação da revista Superinteressante intitulada ‘O lado bom das coisas ruins’).

O primeiro texto traz uma nova proposta sobre a divisão cerebral (tradicionalmente estabelecida em direito e esquerdo) de acordo com as capacidades. O segundo texto trata da emoção e suas nuances (depressão, ansiedade, pessimismo, timidez) como padrões de resposta do organismo (neste caso, do psíquico), assim como é a dor quando indica um tecido lesionado. Ambos, leituras imprescindíveis para a boa compreensão do comportamento humano.

A partir destes textos é possível entender que a introspecção está muito mais próxima da genialidade, pois se vale muito mais da observação e processamento de informações que da fala exacerbada e de pensamentos superficiais. As reações e comportamento de uma pessoa introspectiva lhe dão as ferramentas que a conduz ao raciocínio profundo e à busca pela melhor solução para a situação enfrentada. Isto pode ser melhor compreendido com a leitura de outro artigo da revista Superinteressante (Solidão faz bem para a criatividade) que cita Lady Gaga, Albert Einstein e Steve Jobs como exemplos de pessoas que atingiram níveis superiores de criatividade a partir do isolamento.

E se você é daqueles que fica vermelho com facilidade, e que isso pode atrapalhar numa possível entrevista de emprego ou mesmo num trabalho em grupo, este artigo, também da revista Superinteressante, é para você (Pessoas que ficam vermelhas facilmente).

Evidentemente há casos e casos. Em se tratando da elaboração de um projeto, por exemplo, uma única pessoa pode sim pensar em um projeto e determinar suas especificações e fases com mais eficiência e eficácia que um grupo (o grupo entraria apenas na execução do projeto). Mesmo a partir de um único ponto de vista, muitas vezes mais assertivo que o da maioria por uma questão de desenvolvimento apurado da empatia e outras habilidades, uma pessoa capacitada pode atingir melhor resultado. Muitas vezes a comunicação interpessoal ocupa mais tempo e exige maior esforço do que se tudo fosse pensado dentro de uma só cabeça.

Depois da leitura desses artigos a hegemonia do trabalho em grupo ganha outro sentido. O sentido de que ninguém é igual a ninguém. Nem em gênero, nem em número e tampouco em grau. Cada um tem suas capacidades específicas e pode trabalhar só (como mentor de ideias) ou ocupar um posto (dentro de um grupo de execução) mais coerente com sua forma de raciocinar. Cada indivíduo pode realizar suas atribuições como melhor lhe convém (isolado ou não) ou do modo como acredita obter melhor resultado. O importante é que cada um tenha sua concepção psíquica e fisiológica respeitada.

Ou seja, o que acontece em grupo é a busca pelo objetivo final a partir da execução e realização do projeto, mas não necessariamente sua concepção ou coordenação. É o que poderíamos chamar de coletividade individual ou individualidade coletiva, onde cada um trabalha do seu jeito em prol de um objetivo em comum.

sábado, maio 31, 2014

CLIENTE OU AGÊNCIA – QUEM É O CULPADO PELAS ALTERAÇÕES?

Trabalhar com prestação de serviços relacionados à marca, seja em agência de publicidade ou mesmo em empresas de design thinking, de produto ou estúdio de design, não é tarefa fácil. É uma ‘rotina sem rotinas’, prazos quase sempre estourados, alterações constantes. E nessas alterações é que muito do trabalho dos publicitários (e outros profissionais, uma vez que esta é uma área multidisciplinar) fica comprometido. Muitos dias, semanas ou até meses de pesquisa podem se perder quando o projeto volta do cliente com alterações.

E quando se trata de atendimento a clientes/empresas menores, a dificuldade aumenta. Algumas vezes a agência detecta que as empresas têm outras questões para serem ajustadas antes de partir para uma campanha, por exemplo (mas isto é assunto para outro artigo). Em empresas menores, há casos em que as alterações são requisitadas por responsáveis que desconhecem o processo de criação em uma agência e o embasamento sobre o qual o trabalho é construído. Mas, mesmo assim, ouso lançar a pergunta: será que a culpa das alterações é sempre do cliente?

A maioria das criações hoje é pautada em um sistema colaborativo de ideias. É a chamada cocriação. De um lado está o cliente/empresa, que fornece informações sobre o negócio. Do outro está a agência, detentora de outros conhecimentos técnico/científicos e até artísticos.

O responsável pela empresa tem conhecimento sobre inúmeras informações internas sigilosas e outras tantas externas, que envolvem todo o segmento (contudo, não são todos que se mantêm informados sobre tendências de consumo, economia, recursos naturais). Todas estas informações (ou o maior número possível delas) devem ser passadas para a agência.

Entretanto, o empresário dificilmente entende a fundo de comunicação, de princípios do design, de semiótica. Não entende de psicologia (da comunicação ou do consumidor), de neuromarketing ou Gestalt. Tampouco entende de psicodinâmica das cores ou se atém a questões antropológicas. E nem precisa entender de tudo isso, pois não é obrigação dele. Aliás, é por isso que ele contrata empresas nestas áreas.

Por isso, a boa parceria entre agências e clientes/empresários é crucial. Em plena era da criatividade, a cocriação é premissa básica e é palavra de ordem para o sucesso. Além disto, o cenário é repleto de possibilidades: storytelling, design de produtos (desenho industrial), design thinking, design estratégico, branding e outras tantas.

O empresário que busca se manter minimamente atualizado em relação ao mundo das marcas consegue acompanhar mais de perto as propostas das agências e outros prestadores de serviços. Mas como explicar tanta novidade para aquele empresário inseguro, desconfiado, ou aquele moldado por um sistema de gestão limitado ou antigo e que está obcecado por resultados monetários a curto (ou no máximo médio) prazo e começando agora a romper estes limites estreitos através da busca de empresas de comunicação e design?

Entendo que, se o estilista dita a moda, é porque ele é um profundo conhecedor no assunto. E quem o segue, confia na sua capacidade. Dessa forma, entendo também que o comunicólogo domina assuntos de comunicação; o designer, de design; o gestor de marca (brander), de branding. Entendo, por fim, que cada um destes profissionais (salvo suas respectivas exceções, pois sempre haverá o ‘profissional’ que desfavorece a classe) busca atualização e tendências para se manter capacitado.

Assim sendo, quando algum destes profissionais – ou suas respectivas empresas – é contratado por um empresário, deve ter sua opinião profissional considerada. Mas, para isto, não basta estes profissionais fazerem bem o seu trabalho e esperar que a consideração venha automaticamente. Se partirmos da premissa que o trabalho está correto, pautado no briefing (também correto) e fundamentado por pesquisa, entendemos que o resultado atingiu o esperado. Isto significa que não há motivos para reprovações ou alterações. Não seria lindo se fosse assim? Infelizmente a realidade não é esta.

Boa parte das reprovações ou alterações é exigida por quem não foi devidamente convencido (ou está inseguro por não ter compreendido a linha de raciocínio da agência) de que o projeto apresentado consistia na melhor solução. E cabe ao profissional contratado (ou à agência) fazer sua parte para conquistar a aprovação. Por isso, é necessário também apresentá-lo de forma clara e convincente, fundamentando os pontos cruciais e deixando claro que o foco é o resultado para a empresa do seu cliente.

COMO EXPOR AS IDEIAS

A apresentação em slides (seja ppt, pdf ou prezi) é imprescindível. Apresentação em protótipos ou moch-ups também auxilia e muito. Porém, a retórica é derradeira. A presença da equipe responsável pela criação é crucial para discursar sobre a parte técnica, pois é ela que decifra o briefing de criação. É ela que busca bases em psicologia, em semiótica, psicodinâmica das cores, Gestalt, princípios do design. É ela que traduz em peças decodificáveis pelo público-alvo os preceitos de marketing e de branding. E são os argumentos desta equipe que vão preencher as lacunas que faltavam para o cliente/empresário perceber que a solução apresentada nos slides atende as necessidades da empresa.

Além disso, as dúvidas que podem ser levantadas no momento da reunião de aprovação podem ser imediatamente sanadas pela equipe antes mesmo de se tornarem um problema para ambos os lados. Todo comunicólogo sabe que a mensagem se dá no receptor e, partindo desse pressuposto, caso esta equipe esteja convencida de sua criação, cabe a ela convencer o receptor da sua mensagem: seu contratante.


Portanto, para evitar alterações desnecessárias, deve-se investir numa apresentação mais elaborada e técnica, além de manter o foco na retórica da equipe de criação. Dessa forma será possível obter a aprovação com o menor grau de alteração possível e melhor aproveitamento da equipe de criação ao se evitar o retrabalho.

terça-feira, outubro 08, 2013

DESIGN THINKING GERA VALOR PARA A MARCA

Sim, o design comunica! As mensagens são passadas por meio da inteligência contida nos traços, nos grupos de linhas, nas formas que elas criam, como também nas cores e nas combinações que elas formam umas com as outras. É perceptível o grau de raciocínio que o traço exigiu para que pudesse ser formulado. Também é perceptível, por meio de significâncias culturais, para qual público um determinado design está direcionado. É uma comunicação ao mesmo tempo declarada e subliminar. Declarada, porque está visível aos olhos de quem quiser ver. Subliminar, porque nem sempre se entende de modo consciente o que se está lendo.

Mas o design faz muito mais que isso. A prática do design – quando devidamente atrelada ao posicionamento de marca e ao planejamento estratégico da empresa – conhecida como design thinking é considerada hoje como uma das grandes responsáveis pela criação de relevância e valor agregado para as marcas. E como uma comunicação não-verbal faz tudo isso? Bem, ela não é tão não-verbal assim.

O design thinking é uma redefinição transdisciplinar da prática do design de modo a ampliar sua área de atuação. No âmbito empresarial, esta nova prática atua desde a detecção do problema, passando pela leitura do comportamento do consumidor, até culminar em soluções criativas e inovadoras para produtos e serviços. Desta forma, a prática do design thinking é colocada como atuante direta e ativa na cultura social/comportamental. Isto acontece por meio de três esferas que se interseccionam. São as esferas institucional, social e funcional, que permitem ao design thinker (o profissional) a criação, o desenvolvimento e a entrega de produtos e serviços com valor reconhecidamente superior, ainda que seja pela sua simplicidade de uso.

No cerne da esfera institucional está a viabilidade de execução do produto ou serviço. Questões que envolvem sua formulação ou fabricação como planta fabril, tecnologia e matéria prima – no caso de produtos – bem como planejamento e qualificação de mão-de-obra (treinamento de funcionários) – no caso de serviços – até questões administrativas ou de marketing como posicionamento da marca, por exemplo, são pontos relevantes na definição dos preceitos do design thinking.

Na esfera social está o consumidor com suas necessidades e desejos. São levadas em conta as necessidades para fins de definição de atributos do produto ou serviço (as características racionais ou tangíveis). Porém, o foco recai sobre os desejos, que envolvem tanto os benefícios do produto ou serviço quanto às questões sociais que influenciam no comportamento do consumidor (as características psicológicas ou intangíveis). É justamente aí que o design thinking busca seu potencial de ação, pois atua a partir da leitura do comportamento do consumidor como em um processo de co-criação.

Por fim, na esfera funcional está o design thinker (e equipe multidisciplinar) e a prototipagem. Nesta esfera acontece a atuação dos profissionais que vai desde a leitura das outras esferas até a definição da solução na forma de produto ou serviço em sua versão teste. É neste momento também que acontece a avaliação da capacidade do produto e seus valores em atender o consumidor e seus desejos. A intenção é de que a entrega de valores como diferenciação, simplicidade, praticidade, comunicação e pertinência gere uma sensação de completude. Esta sensação de completude contribuirá para o relacionamento consumidor/marca, pois o primeiro recebe o produto ou serviço como algo que tem efeito de sentido em sua vida.

Do ponto de vista do consumidor, o valor ou brand equity (Customer-Based Brand Equity – CBBE) que o design thinking gera para a marca está exatamente na intersecção das três esferas. Esta intersecção é tangibilizada em forma de produto ou serviço. O produto ou serviço é, portanto, a conversão de todos esses valores intangíveis em um objeto único, com interface criativa, diferenciada e inovadora, coerente com o posicionamento da marca e o planejamento estratégico da empresa, e que atende tanto as necessidades quanto os desejos mais abstratos de cada consumidor.


Referências: BROWN, Tim. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Campus, 2010.

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