terça-feira, outubro 08, 2013

DESIGN THINKING GERA VALOR PARA A MARCA

Sim, o design comunica! As mensagens são passadas por meio da inteligência contida nos traços, nos grupos de linhas, nas formas que elas criam, como também nas cores e nas combinações que elas formam umas com as outras. É perceptível o grau de raciocínio que o traço exigiu para que pudesse ser formulado. Também é perceptível, por meio de significâncias culturais, para qual público um determinado design está direcionado. É uma comunicação ao mesmo tempo declarada e subliminar. Declarada, porque está visível aos olhos de quem quiser ver. Subliminar, porque nem sempre se entende de modo consciente o que se está lendo.

Mas o design faz muito mais que isso. A prática do design – quando devidamente atrelada ao posicionamento de marca e ao planejamento estratégico da empresa – conhecida como design thinking é considerada hoje como uma das grandes responsáveis pela criação de relevância e valor agregado para as marcas. E como uma comunicação não-verbal faz tudo isso? Bem, ela não é tão não-verbal assim.

O design thinking é uma redefinição transdisciplinar da prática do design de modo a ampliar sua área de atuação. No âmbito empresarial, esta nova prática atua desde a detecção do problema, passando pela leitura do comportamento do consumidor, até culminar em soluções criativas e inovadoras para produtos e serviços. Desta forma, a prática do design thinking é colocada como atuante direta e ativa na cultura social/comportamental. Isto acontece por meio de três esferas que se interseccionam. São as esferas institucional, social e funcional, que permitem ao design thinker (o profissional) a criação, o desenvolvimento e a entrega de produtos e serviços com valor reconhecidamente superior, ainda que seja pela sua simplicidade de uso.

No cerne da esfera institucional está a viabilidade de execução do produto ou serviço. Questões que envolvem sua formulação ou fabricação como planta fabril, tecnologia e matéria prima – no caso de produtos – bem como planejamento e qualificação de mão-de-obra (treinamento de funcionários) – no caso de serviços – até questões administrativas ou de marketing como posicionamento da marca, por exemplo, são pontos relevantes na definição dos preceitos do design thinking.

Na esfera social está o consumidor com suas necessidades e desejos. São levadas em conta as necessidades para fins de definição de atributos do produto ou serviço (as características racionais ou tangíveis). Porém, o foco recai sobre os desejos, que envolvem tanto os benefícios do produto ou serviço quanto às questões sociais que influenciam no comportamento do consumidor (as características psicológicas ou intangíveis). É justamente aí que o design thinking busca seu potencial de ação, pois atua a partir da leitura do comportamento do consumidor como em um processo de co-criação.

Por fim, na esfera funcional está o design thinker (e equipe multidisciplinar) e a prototipagem. Nesta esfera acontece a atuação dos profissionais que vai desde a leitura das outras esferas até a definição da solução na forma de produto ou serviço em sua versão teste. É neste momento também que acontece a avaliação da capacidade do produto e seus valores em atender o consumidor e seus desejos. A intenção é de que a entrega de valores como diferenciação, simplicidade, praticidade, comunicação e pertinência gere uma sensação de completude. Esta sensação de completude contribuirá para o relacionamento consumidor/marca, pois o primeiro recebe o produto ou serviço como algo que tem efeito de sentido em sua vida.

Do ponto de vista do consumidor, o valor ou brand equity (Customer-Based Brand Equity – CBBE) que o design thinking gera para a marca está exatamente na intersecção das três esferas. Esta intersecção é tangibilizada em forma de produto ou serviço. O produto ou serviço é, portanto, a conversão de todos esses valores intangíveis em um objeto único, com interface criativa, diferenciada e inovadora, coerente com o posicionamento da marca e o planejamento estratégico da empresa, e que atende tanto as necessidades quanto os desejos mais abstratos de cada consumidor.


Referências: BROWN, Tim. Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim das velhas ideias. Campus, 2010.

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